terça-feira, 8 de abril de 2014

O encerramento das atividades da Rede de Cooperação Identidades Culturais e a criação do grupo Memórias, Identidades e Políticas Públicas

Caros leitores, no início de abril de 2014 as atividades do grupo Rede de Cooperação Identidades Culturais, cujas pesquisas eram aqui divulgadas, foram encerradas por uma decisão unilateral da Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão Preto. Contudo, os pesquisadores da antiga Rede montaram um grupo no CNPq e continuam a refletir sobre as referências culturais no estado de São Paulo. O fruto deste trabalho continuará sendo publicado neste blog e no site do IPCCIC - Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais, instituição da qual faz parte a maioria dos antigos membros da Rede de Cooperação. Abaixo, a transcrição na íntegra da carta que foi encaminhada à sociedade.

Ribeirão Preto 01 de Abril de 2014
Carta aberta à comunidade
Prezados ribeirão-pretanos
Prezado Sr. Secretário da Cultura
Queremos por meio desta carta esclarecer alguns pontos desconhecidos sobre a condução da Rede de Cooperação de Identidades Culturais.
Entre 2010 e 2012 um grupo multidisciplinar de especialistas, mestres e doutores em diversas áreas, foi convidado a participar de uma proposta para rastrear, conhecer e registrar o patrimônio material e imaterial do Município de Ribeirão Preto marcado pela cultura do café no período de 1870 a 1950.
Essa proposta estava amparada por um convênio firmado entre a Secretaria da Cultura e o órgão máximo de pesquisa e salvaguarda do patrimônio do Brasil: IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
A fim de viabilizar financeiramente a participação dos pesquisadores foi firmado um protocolo de cooperação, onde as instituições de ensino superior aos quais somos ligados ficaram responsáveis pela liberação de determinados valores mensais, isentando a municipalidade desse ônus.
A partir de então nos reunimos semanalmente alternando pesquisa exaustiva de gabinete com trabalho de campo, investigando fazendas e ruas do recorte histórico-geográfico determinado pelo projeto. Nesse período foram pesquisados os bairros: Centro, Vila Tibério, Campos Elíseos, Ipiranga, Vila Virgínia e o distrito de Bonfim Paulista. Sobre essas áreas foram levantados dados históricos, produções bibliográficas, iconografia, memórias dos locais, informações sobre o patrimônio edificado, em especial na caracterização arquitetônica, e quando possível à identificação do estado de preservação e conservação. Esse material foi publicado em diversos livros disponibilizado na rede de ensino público. Em termos quantitativos podemos citar como resultado dessa pesquisa:
- No Centro foram levantados mais de 500 bens de naturezas material e imaterial, essa pesquisa resultou no projeto de revitalização da região central;
- No distrito de Bonfim Paulista foram levantados mais de 70 bens materiais e imateriais;
- No Cemitério da Saudade foram estudados mais de 60 túmulos que registram o patrimônio material e imaterial que registram o oficio de marmorista, por exemplo;
- Na região rural foram identificadas e mapeadas 64 fazendas remanescentes do período cafeeiro que contém além das edificações do período, a memória do patrimônio imaterial.
Nessa fase tínhamos à disposição dentro da Secretaria da Cultura uma coordenação de pesquisa, duas supervisoras de campo (remuneradas através da parceria público-privada), oito estagiários fornecidos pelas diferentes instituições de ensino superior, e infraestrutura apropriada como, por exemplo, local das reuniões e transporte para as pesquisas de campo.
Nesses três anos foram produzidos três relatórios anuais enviados para o IPHAN, para a Secretaria da Cultura, para o CONPPAC – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural -, para as instituições parceiras e disponibilizado para a comunidade em um blog produzido pela Rede para esse fim.
A ideia primeira dessa pesquisa era levantar dados que fornecessem subsídios para a produção de políticas públicas patrimoniais que envolveriam, entre outras coisas, o reconhecimento da cidade como Paisagem Cultural do Café, o que favoreceria em um futuro próximo o envio de projetos e captação de recursos do governo federal. Exemplo disso, foi o envio do dossiê para a solicitação de tombamento do Quarteirão Paulista ao IPHAN no ano de 2011-2012.
Entretanto ao longo do ano de 2013 o trabalho aconteceu de maneira morosa, sendo prejudicado pela falta de estrutura da Secretaria da Cultura, por meio da Divisão de Patrimônio Cultural que não parecia focada na continuidade do projeto. A pesquisa, por sua vez, que já estava disponibilizada para a comunidade por meio eletrônico e impresso nos relatórios técnicos, foi sumarizada na publicação do livro Paisagem Cultural do café, viabilizado financeiramente através dos fundos captados pelo ProAc – Programa de incentivo a cultura do Estado de São Paulo.
O restante do trabalho deveria ser finalizado no ano de 2014 e 2015, com o avanço dos estudos sobre os bairros Vila Tibério, Vila Virgínia, Campos Elíseos e Ipiranga. Contudo o convênio com o IPHAN findou em Dezembro de 2013, período em que os pesquisadores cobraram da Secretaria da Cultura uma posição visando a renovação desse convenio e a continuidade da pesquisa.
Dito isso, a Rede de Cooperação de Identidades Culturais, representada aqui pelos pesquisadores das Intuições de Ensino Superior da cidade de Ribeirão Preto e São Paulo vem por meio desta informar que até a presente data não obteve resposta do Secretário da Cultura de Ribeirão Preto e consideramos que a ausência desse posicionamento deixa claro o desejo unilateral por parte do poder executivo de extinguir o referido projeto.
Portanto, finalizamos esta carta aberta informando à comunidade que a não continuidade da pesquisa interrompeu a realização do Inventário Nacional de Referências Culturais, orientado pelo IPHAN, tirando de Ribeirão Preto a oportunidade de integrar o banco de dados Federal, na área de patrimônio, o que em muito facilitaria a captação de recursos federais nesta área.
Mr. Adriana Cristina de Godoy
Mr. Ana Carolina Gleria
Esp. Aurélio Manoel Corrêa Guazzelli
Mr. Carolina Margarido Moreira
Mr. Delson Ferreira
Esp. Domingos J. L. Guimarães
Dra. Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa
Mr. Marcelo Carlucci
Profa. Mônica Jaqueline de Oliveira

Dra. Sandra Rita Molina

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Livro e Documentário Paisagem Cultural do Café lançados no dia 16 de agosto de 2013 em Ribeirão Preto

PROJETO PAISAGEM CULTURAL DO CAFÉ


Pesquisadores com múltiplas formações, ligados a várias instituições de ensino superior, reuniram-se num grupo de pesquisa chamado Rede de Cooperação Identidades Culturais. Entre 2010 e 2012, seus membros levaram a cabo o projeto Paisagem Cultural do Café. A experiência de pesquisa tinha como objetivo compreender as variadas identidades culturais de Ribeirão Preto a partir da produção de sentidos, dos significados atribuídos pelos próprios ribeirão-pretanos. Além disso, o grupo objetivava identificar e analisar os elementos que davam especificidade ao município, características que, juntas, constituíam a paisagem cultural de Ribeirão Preto. 
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN, define paisagem cultural como uma “porção peculiar do território nacional, representativa do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores”. Pautados nesta definição, e em pesquisas anteriores que identificaram a influência da cafeicultura na região, entre o final do século XIX e a primeira metade do XX, os membros da Rede buscaram compreender o que fazia sentido para a população, as identidades mais importantes, aquelas consideradas ícones representativos da cidade, as quais todos têm orgulho de mostrar aos visitantes do município. Ou seja, identificar as referências culturais do café. Os resultados desta ampla pesquisa estão sendo publicados em artigos e livros pelos membros do grupo. 
Um dos frutos deste trabalho de pesquisa foi lançado no dia 16 de agosto de 2013: o livro “Paisagem Cultural do Café”, juntamente como um documentário e um roteiro cultural (mapa) com o mesmo nome. Estes três produtos culturais foram produzidos com o apoio do PROAC-SP, pelo IPCCIC - Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais.
O leitor poderá baixar gratuitamente o livro e documentário no link:http://www.ipccic.com.br/site2/projeto_003/index.htm

Lilian R. O. Rosa

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Livro e Documentário "Artistas do Mundo"

Pesquisar as referências e as identidades culturais de Ribeirão Preto tem sido uma atividade comum à jornalista e doutora em Educação, Adriana Silva, à doutora em História, Lilian Rodrigues de Oliveira Rosa, e à doutora em Artes, Maria de Fátima. As três, com funções diferentes, fazem parte da Rede de Cooperação Identidades Culturais, criada em 2010 e mantida pela Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão Preto.
Ao lado de outros pesquisadores, elas têm estudado a história da cidade com os olhares atentos ao universo cultural e, ao se encontrarem no IPCCIC – Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais, organizaram o projeto Artistas do Mundo, com o apoio da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).
Com o objetivo de ocupar o vitral localizado no saguão de entrada do prédio da FAAP, em Ribeirão Preto, com obras em homenagem a cinco artistas plásticos da cidade, elas propuseram a realização deste livro e de um videodocumentário para complementar a ação, compondo um material estrategicamente pensado para homenagear os artistas: Bassano Vaccarini, Pedro Manuel-Gismondi, Leonello Berti, Francisco Amêndola e Odilla Mestriner. Organizando, assim, as informações sobre um período da vida cultural da cidade, neste universo, para colaborar com os professores das redes de ensino municipal e estadual, uma vez que o livro conterá uma proposta educativa e os vídeos serão distribuídos.
A escolha dos artistas a serem homenageados não foi aleatória, respeitou a leitura, em especial da Profª Drª Maria de Fátima, que compreende que eles são representantes de um momento histórico representativo, não só da artes visuais, mas, em especial das artes plásticas, em Ribeirão Preto.
O vídeo foi pensado como uma linguagem complementar, para colaborar com o registro das informações, reunir depoimentos, como memória oral, permitir que outros importantes agentes desta história se fizessem presentes neste projeto e, mais importante, oferecesse um material de fácil difusão cultural.
Metodologicamente as pesquisadoras seguiram caminhos alternados, com ponto de encontro pré-estabelecido. O vídeo teve como fonte os depoentes e, o livro, além dos depoentes, teve a produção bibliográfica disponível, a pesquisa em várias fontes, como a cinemateca, museus da Itália, bibliotecas, publicações na imprensa, entre outros materiais especialmente selecionados para a análise.
Ao final, conseguiu-se produzir um material como complemento. O livro, mais biográfico e, o vídeo, mais ilustrativo. Somados, exibem a história de homens e mulheres que, em momentos específicos de suas vidas, muito fizeram pela arte em Ribeirão Preto.
A ideia do vitral, que inicialmente deu origem ao projeto, explica-se pela grande importância do vitral que existe na sede da FAAP, em São Paulo. Estrategicamente, em Ribeirão Preto, a ocupação dos vidros se dará em fases, sendo esta a primeira. No futuro, outros artistas deverão ser homenageados.
Como elemento ilustrativo de ligação entre as obras, o vitral fará referência ao Aquífero Guarani, mantendo alguns espaços para a representação da água. A vitralista Yolanda Castel, que faz parte de uma família que trabalha com esta arte há mais de seis décadas, foi a artista contratada para a produção. As cinco obras foram escolhidas a partir da consulta aos familiares, das referências artísticas das mesmas e da análise técnica da vitralista, que fez a escolha final, em busca da melhor obra a ser reproduzida no estilo do vitral.

Convidamos o leitor a se apropriar de todos os elementos do projeto. Além de ler esta obra, assista ao vídeo, visite os vitrais e, se ainda não conhece, descubra como estes artistas colaboraram para a formação artística da cidade de Ribeirão Preto.

Para baixar gratuitamente o livro e o documentário, clique no link, abaixo:

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Patrimônio em Debate: lançamento de Relatório de Pesquisa e Livro.

Rede de Cooperação Identidades Culturais encerra as suas atividades de 2012 lançando o relatório e o último livro da Coleção Identidades Culturais.

Na última quarta-feira, dia 12, no Centro Cultural Palace, aconteceu o evento “Patrimônio em Debate” realizado pela Rede de Cooperação de Identidades Culturais, da Secretaria Municipal da Cultura, quando foi lançado o livro sobre Bonfim Paulista e o Relatório de Pesquisa executada pela Rede sobre o Inventário Nacional de Referências Culturais.
O livro sobre Bonfim Paulista, denominado “De Viaduto a Bonfim Paulista: memória, arquitetura e identidade”, faz parte da Coleção Identidade Culturais. A autoria da obra é de Domingos J. L. Guimarães (professor do Centro Universitário Moura Lacerda), Luís Antonio Moretti Filho e Mônica Jaqueline de Oliveira (historiadores formados pelo Centro Universitário Barão de Mauá) e Juscélia Fiuza, arquiteta.
Segundo Luis Antonio Moretti Filho o livro é um importante registro sobre a história de Bonfim Paulista, buscando associar os documentos existentes com as narrativas dos moradores mais antigos do Distrito. “É um trabalho cujo objetivo é aproximar a comunidade com os bens culturais que são representativos para eles, fazendo com que se tornem essenciais para a construção de uma identidade local”, ressalta Luis Moretti.
Livro de Viaduto à Bonfim Paulista e Relatório II do Inventário de Referências Culturais de Ribeirão Preto.
No mesmo evento, chamado "Patrimônio em Debate" a Rede de Cooperação Identidades Culturais apresentou ao público o 3o. Relatório que resume três anos de pesquisa do grupo sobre as referências culturais de Ribeirão Preto.

Na ocasião foram homenageados como "Referência Cultural do Município de Ribeirão Preto" o senhor Santo, da Escola de Samba Bambas e o Senhor Geraldo, da Sorveteria do Geraldo, entre outros.



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Patrimônio em debate

No dia 12 de dezembro de 2012, às 15h, no Centro Cultural Palace, a Rede de Cooperação Identidades Culturais realizará o evento "Patrimônio em debate". Na ocasião o grupo lançará, juntamente com a Secretaria Municipal da Cultura, o livro sobre Bonfim Paulista e o 3o. Relatório com os resultados quantitativos do Inventário Nacional de Referências Culturais, realizado em Ribeirão Preto entre 2010 e 2012. O público presente receberá as duas obras e terá contato com os autores e pesquisadores da Rede. Também estarão presentes alguns representantes dos "modos de fazer e ofícios" (referências culturais) inventariados no município, como "café de coador, paçoca de pilão do Macalé e sorvete do Geraldo".

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pare, olhe e escute

Capa do 11o. volume da Coleção Identidades Culturais, 2012.
"Pare, olhe e escute: patrimônio ferroviário de Ribeirão Preto" é o nome do 11o. volume da Coleção Identidades Culturais, editada pela Rede de Cooperação Identidades Culturais e pela Secretaria Municipal da Cultura. As autoras Camila Vanessa Ferlin de Souza, Mariana Basaglia Soriani e Mayara da Silva Zampollo são pesquisadoras da Rede e atuaram na realização do Inventário do Patrimônio ferroviário edificado do município.

LANÇAMENTO

Centro Cultural Palace
Dia 30 de outubro de 2012
Horário: 17h.




segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Estudantes de arquitetura na Rede de Cooperação Identidades Culturais

Duas alunas do curso de arquitetura da UNIP - Ribeirão Preto - passaram a integrar a Rede de Cooperação Identidades Culturais, no primeiro semestre de 2012. Daniela Souza e Danielle Daveiro executam atividades relacionadas ao Inventário Nacional de Referências Culturais e ao SICG, metodologias de inventário do Iphan. Nos meses de agosto e setembro realizam atividades de campo em antigas fazendas de café, imóveis edificados, entre o final do século XIX e meados do XX, além de auxiliarem na descrição arquitetônica das edificações do período do café.




Daniela Souza e Danielle Daveiro
alunas do curso de arquitetura da UNIP - Ribeirão Preto que estão fazendo estágio na Rede de Cooperação Identidades Culturais/ Departamento de Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto, SP.