ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO[1]
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados parciais obtidos pelo levantamento preliminar do patrimônio ferroviário do município de Ribeirão Preto, que está sendo desenvolvido pela Rede de Cooperação Identidades Culturais. O projeto propõe a realização do Inventário de Referências Culturais (INRC) realizado em parceria com a Secretaria da Cultura de Ribeirão Preto e com os Pesquisadores das Instituições de ensino superior, seguindo as metodologias propostas pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN). Para isso, devem ser realizadas três fases: Levantamento preliminar, Identificação e Documentação. Para a sistematização dos dados sobre os bens edificados as fichas de identificação utilizadas seguem o padrão do SICG – IPHAN. O produto deste projeto conta com os dados obtidos referentes às fases anteriormente descritas acrescentadas com as do TFG de Camila Vanessa Ferlin de Souza.
Palavras-chave: Patrimônio Cultural; Inventário; estação, ferrovia.
O transporte ferroviário teve seu ápice no século XIX, representando como principal meio para transporte de cargas e passageiros nas grandes cidades brasileiras. Na cidade de Ribeirão Preto, com a expansão do cultivo do café, surge a necessidade de um transporte mais rápido: as tropas de burros foram substituídas pelas estradas de ferro. Com isso, duas companhias ferroviárias (Paulista e Mogiana) tiveram interesse de investir em Ribeirão Preto, por considerarem esta área uma mina de ouro devido a alta produtividade de café.
As duas companhias lutaram muito para chegar até a cidade de Ribeirão Preto e ainda havia uma possibilidade de unificar as duas companhias, contudo a Mogiana não era favorável, pois dizia que suas linhas trilhavam terras mais ricas. O veredicto foi dado pelo poder publico, dando o direito de chegar até a cidade Ribeirão Preto, os trilhos pertencentes à Companhia Mogiana (SOUZA, 2011).
O INRC visa a identificação e documentação dos bens culturais de qualquer natureza, bem como a compreensão dos sentidos e significados atribuídos ao patrimônio pelos moradores. O inventário tem como recorte territorial o sítio de Ribeirão Preto e o de Bonfim Paulista, e como recorte temático a Paisagem Cultural do Café (1870 – 1950) / Ferrovias. Portanto as estações em estudo devem estar enquadradas dentro destes dois recortes. A metodologia empregada neste trabalho conta com três fases: O levantamento preliminar, a Identificação e a documentação (INRC, 2000).
O levantamento preliminar é realizado a partir de pesquisas em fontes secundárias e pessoas que possuem conhecimento do inventariado (Patrimônio Ferroviário). A identificação objetiva reunir informações, descrever com detalhes as ocorrências relevantes e mapear as relações entre os itens identificados. Esta etapa é desenvolvida principalmente através de entrevistas com pessoas participativas (próxima etapa que será realizada) e conhecedoras das estações em estudo. Por último, a documentação trata de estudos técnicos, implicando na criação e autoria individual do pesquisador ou artista, vindo, obrigatoriamente, da observação direta dos bens inventariados (Fase a ser realizada no ano de 2012).
As categorias propostas pelo IPHAN devem ser respeitadas nos objetos de pesquisas do Inventário Nacional de Referências Culturais. Estas são:
- Celebrações;
- Formas de expressão;
- Ofícios e modos de fazer;
- Edificações;
- Lugares.
As estações ferroviárias são consideradas edificações, neste caso existem fichas especificas como o INRC (Questionário de Identificação Edificações – Q30) e o SIGC (Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão).
Foram levantadas nove estações localizadas no Município de Ribeirão Preto tais como estação Barracão, do Alto, Santa Tereza, Silveira do Val, Joaquim Firmino, São Paulo e Minas, Evangelina, Ribeirão Preto-Nova e Usina, sendo que a estação Ribeirão Preto-Nova e a Evangelina não estão enquadradas dentro do recorte temático.
A figura 1 mostra a localização das Estações no município de Ribeirão Preto
As fotos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 indicam as Estações Ferroviárias visitadas até o presente momento
Tabela 1 - Estações em memória
Estação | Ano de Construção | Localização | Companhia Ferroviária |
Estação Provisória | 1883 | Bairro Vila Virginia (Antiga República) | Companhia Mogiana Estradas de Ferro |
Estação Ribeirão Preto- Velha | 1885 | Bairro Vila Tibério | Companhia Mogiana Estradas de Ferro |
Estação Iracema | 1899 | - | Companhia Mogiana Estradas de Ferro |
Estação Francisco Maximiano | 1913 | Fazenda Baixadão | Companhia Mogiana Estradas de Ferro |
Estação Bonfim Paulista | 1882 | Bonfim Paulista | Companhia Mogiana Estradas de Ferro |
Estação Evangelina-Velha | 1928 | Km 14 perto da Hípica | E.F. São Paulo - Minas |
Estação Figueira | 1960 | Km 23 entre as estações de Evangelina-Velha e Biagípolis | E.F. São Paulo - Minas |
Estação Ribeirão Preto | - | Bairro Vila Tibério | E.F. Dumont |
Estação do Guimarães | 1890 | 1 Km da Usina Santa Lydia | E.F. Dumont |
Estação Luiz Miranda | 1890 | - | E.F. Dumont |
(Fonte: Ralph Mennuci Giesbrecht. Disponível: <http://www.estacoesferroviarias.com.br/>. Acesso em maio, 2011.)
Exemplo da ficha SICG M306 - Patrimônio Ferroviário preenchida. Esta é uma das fichas utilizadas para inventariar o patrimônio ferroviário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ficha M306 – Patrimônio Ferroviário MÓDULO CADASTRO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
1. IDENTIFICAÇÃO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
1.1. Recorte Territorial (Identificação da região estudada) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ribeirão Preto | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
1.2. Recorte Temático (Identificação do tema do estudo) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Paisagem Cultural do Café (1870 – 1950) / Ferrovias | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
1.3. Identificação do Bem (denominação oficial, denominação popular, outras denominações) | 1.4. Código Identificador Iphan | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Estação do Barracão | 01-Fe | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
2. LOCALIZAÇÃO DO BEM | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
2.1 Linha | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
2.2 Ramal | Ramal de Sertãozinho | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
2.3 Sub-Ramal | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
2.5 Nº Tombo RFFSA | 2.6 Código Patrimônio Ferroviário | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Km 314,264 | UF | LXXX | RXXX | SXXX | MUN | TIPO | ORDEM | |||||||||||||||||||||||||||||||
3. TIPO DE BEM DE ACORDO COM O USO ORIGINAL | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
x | 3.1. Estação | 3.3. Armazenamento | 3.5. Manutenção | 3.7. Outro (especificar): | ||||||||||||||||||||||||||||||||||
3.2. Administrativo | 3.4. Residencial | 3.6. Superestrutura | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
4. ANO DE CONSTRUÇÃO | 5. USO ORIGINAL | 6. USO ATUAL | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
1900 | Estação Ferroviária | Sem uso | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
7. LINHA/RAMAL EM OPERAÇÃO? | 8. O IMÓVEL FAZ PARTE DE CONJUNTO FERROVIÁRIO? | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ativa | x | Desativada | Erradicada | x | Sim | Bem isolado | ||||||||||||||||||||||||||||||||
9. USUÁRIO / POSSE / CONCESSÃO ATUAL | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
10. CARACTERIZAÇÃO DO BEM (ESTRUTURA/MATERIAIS) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
10.1 Cobertura | 10.2 Paredes | 10.3 Esquadrias, vedação, janelas e portas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
x | Cerâmico(a) (telha) | Alvenaria portante | Alvenaria portante | |||||||||||||||||||||||||||||||||||
Concreto armado | Concreto armado | Concreto armado | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
x | Madeira (estrutura) | Madeira | x | Madeira (esquadria e folhas da porta) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||
Metálico(a) | Metálico(a) | Metálico(a) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Vidro | Pedra/rocha | x | Vidro (fechamento) | |||||||||||||||||||||||||||||||||||
Outro: | x | Outro: Alvenaria de tijolo aparente | Outro: | |||||||||||||||||||||||||||||||||||
10.4 Piso | 10.5 Componente estrutural | 10.6 Fundação | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Cerâmico(a) | Alvenaria portante | Alvenaria portante | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Concreto | Concreto armado | Concreto armado | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
x | Pedra/ rocha | Pedra/ rocha | x | Pedra/ rocha | ||||||||||||||||||||||||||||||||||
Metálico (a) | Metálico(a) | Metálico(a) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Madeira | Madeira | Madeira | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Outro: | x | Outro: tijolo aparente | Outro: | |||||||||||||||||||||||||||||||||||
11. POSSUI BENS MÓVEIS, INTEGRADOS OU DOCUMENTAIS? | 12. EXISTE INTERESSE LOCAL NA UTILIZAÇÃO DO BEM? | 13. FOTO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
x | Sim | Não | Sim | Não | ||||||||||||||||||||||||||||||||||
11.1 Que tipo? | 12.1 Que tipo de uso? | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
x | Objeto utilitário | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Material rodante | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Documental | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Artes visuais | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Outro | 12.2 Nome do órgão/ instituição que tem interesse. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||
14. O CONJUNTO DE BENS MÓVEIS DEMANDA LEVANTAMENTO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Sim | Não | 12.3 Contato local (nome/ telefone) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
15. POSSUI VIGILÂNCIA? | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
x | Sim | Não | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
16. PLANTA/ CROQUI DE LOCALIZAÇÃO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
17. PREENCHIMENTO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
17.1. Entidade | Secretaria Municipal da Cultura | 17.2. Data | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
17.3. Responsável | Camila Vanessa Ferlin de Souza, Mariana Basaglia Soriani e Mayara da Silva Zampollo | 27/06/11 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Souza, Camila Vanessa Ferlin. Projeto de Revitalização e Parque Urbano no entorno da estação Barracão. Trabalho de Graduação Final orientada pelo mestre Marcelo Carlucci. (TFG não concluído), 2011.
INRC. Inventário Nacional de Referências Culturais. Manual de aplicação – Departamento de Identificação e Documentação IPHAN MinC, 2000.
REDE de Cooperação de Identidades Culturais. Relatório da Fase 1 do INRC. Ribeirão Preto: Secretaria Municipal da Cultura, 2010.
[1] Texto originalmente publicado nos Anais da XV Semana de História do Centro Universitário Barão de Mauá. Autoras: Camila Vanessa Ferlin de Souza, Mayara da Silva Zampollo, Mariana Basaglia Soriani.
A estação Joaquim Firmino esta assinalado errado, ela fica bem abaixo, e ainda hoje se vê o velho predio da estação.Veja no Google, 21º17'22.02"S 47º53'04.08'O
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