quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Inventário das Estações Ferroviárias da Cia Mogiana e Cia Paulista

            ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO[1]

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados parciais obtidos pelo levantamento preliminar do patrimônio ferroviário do município de Ribeirão Preto, que está sendo desenvolvido pela Rede de Cooperação Identidades Culturais. O projeto propõe a realização do Inventário de Referências Culturais (INRC) realizado em parceria com a Secretaria da Cultura de Ribeirão Preto e com os Pesquisadores das Instituições de ensino superior, seguindo as metodologias propostas pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN). Para isso, devem ser realizadas três fases: Levantamento preliminar, Identificação e Documentação. Para a sistematização dos dados sobre os bens edificados as fichas de identificação utilizadas seguem o padrão do SICG – IPHAN. O produto deste projeto conta com os dados obtidos referentes às fases anteriormente descritas acrescentadas com as do TFG de Camila Vanessa Ferlin de Souza.
Palavras-chave: Patrimônio Cultural; Inventário; estação, ferrovia.

O transporte ferroviário teve seu ápice no século XIX, representando como principal meio para transporte de cargas e passageiros nas grandes cidades brasileiras. Na cidade de Ribeirão Preto, com a expansão do cultivo do café, surge a necessidade de um transporte mais rápido: as tropas de burros foram substituídas pelas estradas de ferro. Com isso, duas companhias ferroviárias (Paulista e Mogiana) tiveram interesse de investir em Ribeirão Preto, por considerarem esta área uma mina de ouro devido a alta produtividade de café.
As duas companhias lutaram muito para chegar até a cidade de Ribeirão Preto e ainda havia uma possibilidade de unificar as duas companhias, contudo a Mogiana não era favorável, pois dizia que suas linhas trilhavam terras mais ricas. O veredicto foi dado pelo poder publico, dando o direito de chegar até a cidade Ribeirão Preto, os trilhos pertencentes à Companhia Mogiana (SOUZA, 2011).
O INRC visa a identificação e documentação dos bens culturais de qualquer natureza, bem como a compreensão dos sentidos e significados atribuídos ao patrimônio pelos moradores. O inventário tem como recorte territorial o sítio de Ribeirão Preto e o de Bonfim Paulista, e como recorte temático a Paisagem Cultural do Café (1870 – 1950) / Ferrovias. Portanto as estações em estudo devem estar enquadradas dentro destes dois recortes. A metodologia empregada neste trabalho conta com três fases: O levantamento preliminar, a Identificação e a documentação (INRC, 2000).
O levantamento preliminar é realizado a partir de pesquisas em fontes secundárias e pessoas que possuem conhecimento do inventariado (Patrimônio Ferroviário). A identificação objetiva reunir informações, descrever com detalhes as ocorrências relevantes e mapear as relações entre os itens identificados. Esta etapa é desenvolvida principalmente através de entrevistas com pessoas participativas (próxima etapa que será realizada) e conhecedoras das estações em estudo. Por último, a documentação trata de estudos técnicos, implicando na criação e autoria individual do pesquisador ou artista, vindo, obrigatoriamente, da observação direta dos bens inventariados (Fase a ser realizada no ano de 2012).
As categorias propostas pelo IPHAN devem ser respeitadas nos objetos de pesquisas do Inventário Nacional de Referências Culturais. Estas são:
  • Celebrações;
  • Formas de expressão;
  • Ofícios e modos de fazer;
  • Edificações;
  • Lugares.
As estações ferroviárias são consideradas edificações, neste caso existem fichas especificas como o INRC (Questionário de Identificação Edificações – Q30) e o SIGC (Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão).
Foram levantadas nove estações localizadas no Município de Ribeirão Preto tais como estação Barracão, do Alto, Santa Tereza, Silveira do Val, Joaquim Firmino, São Paulo e Minas, Evangelina, Ribeirão Preto-Nova e Usina, sendo que a estação Ribeirão Preto-Nova e a Evangelina não estão enquadradas dentro do recorte temático.

A figura 1 mostra a localização das Estações no município de Ribeirão Preto


As fotos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 indicam as Estações Ferroviárias visitadas até o presente momento




Tabela 1 - Estações em memória


Estação
Ano de Construção
Localização
Companhia Ferroviária
Estação Provisória
1883
Bairro Vila Virginia (Antiga República)
Companhia Mogiana Estradas de Ferro
Estação Ribeirão Preto- Velha
1885
Bairro Vila Tibério
Companhia Mogiana Estradas de Ferro
Estação Iracema
1899
-
Companhia Mogiana Estradas de Ferro
Estação Francisco Maximiano
1913
Fazenda Baixadão
Companhia Mogiana Estradas de Ferro
Estação Bonfim Paulista
1882
Bonfim Paulista
Companhia Mogiana Estradas de Ferro
Estação Evangelina-Velha
1928
Km 14 perto da Hípica
E.F. São Paulo - Minas
Estação Figueira
1960
Km 23 entre as estações de Evangelina-Velha e Biagípolis
E.F. São Paulo - Minas
Estação Ribeirão Preto
-
Bairro Vila Tibério
E.F. Dumont
Estação do Guimarães
1890
1 Km da Usina Santa Lydia
E.F. Dumont
Estação Luiz Miranda
1890
-
E.F. Dumont

 (Fonte: Ralph Mennuci Giesbrecht. Disponível: <http://www.estacoesferroviarias.com.br/>. Acesso em maio, 2011.)

Exemplo da ficha SICG M306 - Patrimônio Ferroviário preenchida. Esta é uma das fichas utilizadas para inventariar o patrimônio ferroviário. 
  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ficha M306 – Patrimônio Ferroviário
MÓDULO CADASTRO
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1.   Recorte Territorial (Identificação da região estudada)
Ribeirão Preto
1.2. Recorte Temático (Identificação do tema do estudo)
Paisagem Cultural do Café (1870 – 1950) / Ferrovias
1.3. Identificação do Bem (denominação oficial, denominação popular, outras denominações)
1.4. Código Identificador Iphan
Estação do Barracão
01-Fe
2. LOCALIZAÇÃO DO BEM
2.1 Linha

2.2 Ramal
Ramal de Sertãozinho
2.3 Sub-Ramal

2.4 Km Linha / Ramal
2.5 Nº Tombo RFFSA
2.6 Código Patrimônio Ferroviário
Km 314,264

UF
LXXX
RXXX
SXXX
MUN
TIPO
ORDEM
3. TIPO DE BEM DE ACORDO COM O USO ORIGINAL
x
3.1. Estação

3.3. Armazenamento

3.5. Manutenção

3.7. Outro (especificar):

3.2. Administrativo

3.4. Residencial

3.6. Superestrutura

4. ANO DE CONSTRUÇÃO
5. USO ORIGINAL
6. USO ATUAL
1900
Estação Ferroviária
Sem uso
7. LINHA/RAMAL EM OPERAÇÃO?
8. O IMÓVEL FAZ PARTE DE CONJUNTO FERROVIÁRIO?

Ativa
x
Desativada

Erradicada
x
Sim

Bem isolado
9. USUÁRIO / POSSE / CONCESSÃO ATUAL

10. CARACTERIZAÇÃO DO BEM (ESTRUTURA/MATERIAIS)
10.1 Cobertura
10.2 Paredes
10.3 Esquadrias, vedação, janelas e portas
x
Cerâmico(a) (telha)

Alvenaria portante

Alvenaria portante

Concreto armado

Concreto armado

Concreto armado
x
Madeira (estrutura)

Madeira
x
Madeira (esquadria e folhas da porta)

Metálico(a)

Metálico(a)

Metálico(a)

Vidro

Pedra/rocha
x
Vidro (fechamento)

Outro:
x
Outro: Alvenaria de tijolo aparente

Outro:
10.4 Piso
10.5 Componente estrutural
10.6 Fundação

Cerâmico(a)

Alvenaria portante

Alvenaria portante

Concreto

Concreto armado

Concreto armado
x
Pedra/ rocha

Pedra/ rocha
x
Pedra/ rocha

Metálico (a)

Metálico(a)

Metálico(a)

Madeira

Madeira

Madeira

Outro:
x
Outro: tijolo aparente

Outro:
11. POSSUI BENS MÓVEIS, INTEGRADOS OU DOCUMENTAIS?
12. EXISTE INTERESSE LOCAL NA UTILIZAÇÃO DO BEM?
13. FOTO
x
Sim

Não

Sim

Não
11.1 Que tipo?
12.1 Que tipo de uso?
x
Objeto utilitário


Material rodante

Documental

Artes visuais

Outro
12.2 Nome do órgão/ instituição que tem interesse.
14. O CONJUNTO DE BENS MÓVEIS DEMANDA LEVANTAMENTO EM ETAPA POSTERIOR?


Sim

Não
12.3 Contato local (nome/ telefone)
15. POSSUI VIGILÂNCIA?

x
Sim

Não
16. PLANTA/ CROQUI DE LOCALIZAÇÃO

17. PREENCHIMENTO
17.1. Entidade
Secretaria Municipal da Cultura
17.2. Data
17.3. Responsável
Camila Vanessa Ferlin de Souza, Mariana Basaglia Soriani e Mayara da Silva Zampollo
27/06/11



Souza, Camila Vanessa Ferlin. Projeto de Revitalização e Parque Urbano no entorno da estação Barracão. Trabalho de Graduação Final orientada pelo mestre Marcelo Carlucci. (TFG não concluído), 2011.
INRC. Inventário Nacional de Referências Culturais. Manual de aplicação – Departamento de Identificação e Documentação IPHAN MinC, 2000.
REDE de Cooperação de Identidades Culturais. Relatório da Fase 1 do INRC. Ribeirão Preto: Secretaria Municipal da Cultura, 2010.


[1]  Texto originalmente publicado nos Anais da XV Semana de História do Centro Universitário Barão de Mauá. Autoras: Camila Vanessa Ferlin de Souza, Mayara da Silva Zampollo, Mariana Basaglia Soriani.

Um comentário:

  1. A estação Joaquim Firmino esta assinalado errado, ela fica bem abaixo, e ainda hoje se vê o velho predio da estação.Veja no Google, 21º17'22.02"S 47º53'04.08'O

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